Do que estavas à espera quando falas-te em ir embora? Foi como apontares uma arma a uma nuvem e premir o gatilho para vê-la explodir em lágrimas e violentas dores.
quarta-feira, dezembro 30
quarta-feira, dezembro 16
Meu caro Óscar, afinal já me começo a parecer mais contigo. Tu tens jeito para cenógrafo e por familiaridade fazes de mim centro e teu personagem principal. Trazes um copo, trazes dois, trazes a garrafa quando consideras o cenário pobre não sendo, claro, com isso que o enriqueces, mas ao menos largas as tuas personagens à vontade do êxtase final, à espera dos aplausos ou quem sabe à espera de um tomate ou dois, uma lambada na cara e um comentário ou critica menos próprios.
Deixa cair o pano! Não temos plateia para isso.
Deixa cair o pano! Não temos plateia para isso.
Publicada por João, o subtil descarado à(s) 14:12
segunda-feira, dezembro 14
Disfunção matinal, esboço de uma mente resignada
Não consigo perceber muitas vezes porque me foi concedida vida. O único motivo que me parece válido é que nasci para ser apresentado à morte, essa soberana senhora do povo crente e não crente, somos todos seus súbditos mas somos poucos aqueles que lhe concebemos orações. Tenho manhãs em que sinto vontade de me prostrar de joelhos e de lhe pedir que me arme seu cavaleiro, que me deixe trotear pelo seu reino fora, pelos campos onde o horror não encontra pouso e à injustiça a água não chega e a brisa dela se desvia, impedindo-a assim de florescer. Sim, tenho manhãs em que acordar é uma batalha extremamente complicada onde o último golpe só é disferido quando a noite chega e o exército recolhe à dormida.
Publicada por João, o subtil descarado à(s) 14:03
sexta-feira, dezembro 11
"A arte é uma forma de pensar completamente diferente, de reconhecer a aparência como fundamentalmente insuficiente; no que é um instrumento, um método para abordar o que nos é vedado, o inabordável."
Gerhard Richter, 1991
(retirado do livro "A arte contemporânea" de Isabelle de Maison Rouge)
Gerhard Richter, 1991
(retirado do livro "A arte contemporânea" de Isabelle de Maison Rouge)
Publicada por João, o subtil descarado à(s) 19:39
sexta-feira, dezembro 4
Desconfiem das pessoas que dizem que não sabem o que querem. Habitualmente o que querem é que alguém decida por elas o que escolher, que sejam os outros a apontar para o que é preferencial. Já ouvi uma ou outra pessoa dizer que os artistas não sentem as coisas de forma diferente, dramatizam é muito mais. Pelos vistos somos uma sociedade de artistas de pouca obra, de obra com pouco valor no mercado!
Publicada por João, o subtil descarado à(s) 13:16