terça-feira, dezembro 14

Provérbios

Os provérbios ditos ao desbarato pecam sempre pela falta de informação.
"Tanto dás uma no cravo como dás outra na ferradura" a meu ver é pouco esclarecedor. Que desta frase se entenda que a pessoa em causa tanto é ceerteira e convicta numa ideia como noutra ainda é naquela, agora resta saber em que cavalo é que prega o seu juízo e onde é que ele para.

Eu quero crer que o animal, esse, ainda ande a correr por essa pradaria fora mas não tardará a prostar as suas patas ao sabor da ocasião. Quanto ao burro, que podendo parecer que não é a meu ver aquele que mais vezes é chamado à conversa, esse, esse não precisa de atifícios para ir comer palha a outro lado.

terça-feira, dezembro 7

Ando demasiado adormecido para dizer que durmo. Dizer que se pratica o sono exige dizer que se pratica também o inverso, o que obrigaria dizer que abri os olhos e vi perfeitamente que tu nunca gostarás de mim, que te diriges para longe desviando-te de todos os pedaços do amor que sinto por ti e que uso para impedir que te afastes a uma velocidade feroz.

Ando demasiado adormecido para dizer que durmo e enquanto durmo para dizer que ando adormecido, adormeço o dormir que é dormir sem ti ao meu lado. Não quero despertar e ver-te embarcar na viagem a que tens direito, deixando comigo o dever que é deixar-te partir, deixando comigo a bagagem de dor que nunca conseguirei desfazer.