Tudo vai e tudo volta. Tenho provas disso, e as coisas boas voltam sempre. Naquele dia em que o ela de hoje desapareceu e deu lugar aquela ela engraçada, o passado confundiu-se com o presente. Não existem substituições, mas existem presenças. E presente foi o desejo que ficou latente entre nós, à alguns dias atrás.
Consigo por vezes ver desejo nos olhos das pessoas, ambição e determinação em certos gestos.
Passado tanto tempo a sentir a vista pesada de alguém, sabe bem vislumbrar o infinito azul novamente.
E azul é algo que inunda a minha vontade, e pelo que parece é a cor que banha o teu olhar a tender para o horizonte.
quarta-feira, setembro 7
Sobre o azul e o infinito
Publicada por João, o subtil descarado à(s) 22:45
Já acordaste?
Pelos vistos ainda não te querem lá em cima.
Que graça. Se te tivessem tirado uma faca do coração deste tamanho tinhas desmaiado assim que te soprassem para a ferida. Acordei a pensar no que ela me disse, que só estava à espera que ela me dissesse que gostava de outro para me meter a andar. É irónico porque foi a forma como as coisas foram colocadas que me levou a afastar, porque não soa totalmente à verdade. Já bateu a escala do ridículo esta situação. Às vezes ainda penso que ela deseja que a tire dali, daquela prisão, daquela pressão. Não percebo como é que alguém diz que gosta de alguém e faz destas coisas. Que contradição.
Acordei a pensar que tenho coisas para fazer, que pretendo chegar longe e só vejo as pessoas a ficarem para trás. É mesmo longa esta viagem não é Óscar? Óscar? ÓÓÓÓssscar!
...
Estás curadooooooooooo!
Vais encontrar mais uns quantos nessa viagem.
Adeus sobrinho
Publicada por João, o subtil descarado à(s) 22:07
Óscar. Óscar! Tira-me isto, preciso que me tires isto. Não consigo continuar com esta coisa espetada.
Achas que aguentas? Pensei que isso te desse mais força para continuares... Como que uma certa desculpa para a raiva e ódio.
Qual raiva e ódio? Não há ódio nenhum muito menos raiva.. Ela tem razão!
Ela ama seriamente outra pessoa e está feliz, e ainda bem que isso acontece. Não posso sentir falta de uma pessoa que nunca gostou de mim e que nunca me apoiou em nada, sempre me abandonou. Não posso exigir isso e não sinto rancor de coisa nenhuma, muito menos dela.
Vá, tira-me essa faca do peito.
Parece que estás a ser demasiado politicamente correcto ou estás naquela fase de negação?
Piada nunca te faltou é verdade. Nada disso. Não choro sobre a realidade . Foi tudo um erro sem dúvida alguma. Percebo agora que as coisas são assim e não há nada a fazer. Preencheram-lhe o vazio que ela sentia, criaram cumplicidade e não vivem um sem o outro agora. Continuar com isto espetado é não ter amor próprio.
Com essa quantidade de cicatrizes e feridas que tens nem sei como conseguiste chegar até aqui. Pensei que te ia perder. Estás em péssimo estado, como é que deixaste que te magoassem assim tanto?
Sou mau como à fome não vês? Tenho medo de montes de coisas por isso é que me atiro a elas com mais vontade. Não existe nada mais devastador que lutar por um sentimento puro e bom. Não haverá um mundo justo mas eu ainda o vou entupir de nobreza e coragem. Estás à espera do quê?
Estás pronto?
Claro que não!
Aaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh
Publicada por João, o subtil descarado à(s) 02:11
quinta-feira, setembro 1
João, para onde estás a olhar? Joãoooo
Estou a olhar para aquele casal de pessoas. Observo uma situação comovente, uma realidade não muito distante, leve e pesada como talvez um filme do Iñarritu
O que é?
São duas pessoas que parecem gostar muito um do outro mas que a falta de cumplicidade e partilha a modos que condenou um qualquer espaço de relação. Dá a sensação que até este ponto o que lhes faltou foi falar das suas diferenças, das suas preocupações, dos seus medos mais comprometedores, e agora que parece que o estão a fazer sopra o vento cruel da vida a separá-los. Há uma certa pressão atmosférica presente vinda não se percebe de onde
Sabes que a vida nunca teve modos e é um bocado intrometida não sabes? Não queres fazer disto algo dramático pois não?
Claro que não. Mas não consigo deixar de tentar entender. Fico com o pressentimento que algo está errado e que o futuro não terá o mesmo sabor um sem o outro, que existe algo que os sufoca pelo meio e que às tantas é por falta de coragem que não é combatido. Esperam que assim seja melhor sei lá. Quando não consegues explicar porque gostas de alguém, é porque essa pessoa é seriamente importante para ti a um nível incompreensível e extraordinariamente bonito
As pessoas acreditam naquilo que querem, e pior ainda é que por vezes obrigam-se a ser crentes ou a situação ou alguém assim as obriga. Anda, temos de ir embora. Não vais conseguir explicar o que não se pode comprrender
O que lhes vai acontecer Óscar?
Não sei João, não sei. Pega na mala e vamos que a viagem é longa
Publicada por João, o subtil descarado à(s) 02:03