quinta-feira, setembro 1

João, para onde estás a olhar? Joãoooo

Estou a olhar para aquele casal de pessoas. Observo uma situação comovente, uma realidade não muito distante, leve e pesada como talvez um filme do Iñarritu

O que é?

São duas pessoas que parecem gostar muito um do outro mas que a falta de cumplicidade e partilha a modos que condenou um qualquer espaço de relação. Dá a sensação que até este ponto o que lhes faltou foi falar das suas diferenças, das suas preocupações, dos seus medos mais comprometedores, e agora que parece que o estão a fazer sopra o vento cruel da vida a separá-los. Há uma certa pressão atmosférica presente vinda não se percebe de onde

Sabes que a vida nunca teve modos e é um bocado intrometida não sabes? Não queres fazer disto algo dramático pois não?

Claro que não. Mas não consigo deixar de tentar entender. Fico com o pressentimento que algo está errado e que o futuro não terá o mesmo sabor um sem o outro, que existe algo que os sufoca pelo meio e que às tantas é por falta de coragem que não é combatido. Esperam que assim seja melhor sei lá. Quando não consegues explicar porque gostas de alguém, é porque essa pessoa é seriamente importante para ti a um nível incompreensível e extraordinariamente bonito

As pessoas acreditam naquilo que querem, e pior ainda é que por vezes obrigam-se a ser crentes
ou a situação ou alguém assim as obriga. Anda, temos de ir embora. Não vais conseguir explicar o que não se pode comprrender

O que lhes vai acontecer Óscar?

Não sei João, não sei. Pega na mala e vamos que a viagem é longa