terça-feira, abril 26

Vi um filme recentemente, leve, daqueles do género de domingo à tarde mas um bocado melhor. Não tinha grande história porém houve uma certa passagem que me fez reflectir e ficar a pensar nisso durante uns tantos dias. Resumindo muito rapidamente o filme, diga-se que a história anda em torno de um triângulo, prisma ou paralelipipedo amoroso, onde um rapaz está prestes a casar-se com alguém que não o cativa, sobre os olhos atentos de quem realmente gosta e o faz respirar e escrever. Engraçado que a dada altura este foge por uns momentos com o "seu mais que tudo", que só por acaso é dama de honor da respectiva noiva, e nessa rapidinha conseguem proferir uns quantos argumentos que me fizeram questionar a mim próprio. Não percebi exactamente se ambos eram escritores, mas a verdade é que ambos confessam que o que os fazia escrever e o que os inspirava era o que existia entre eles, o que conseguiam dizer um sobre o outro. Passam-se mais umas cenas e chega o momento exacto do casamento, e na altura da troca dos "votos" o talentoso escritor não consegue dizer nada sobre a noiva, absolutamente nada.

Eu sei precisamente para quem escrevo e o porque escrevo e pergunto-me, será que conseguia escrever para mais alguém?